A ESCOLA, “p’ra que lado é que me viro, p’ra que lado"
A educação e a escola. 01.
«Sobretudo nas aldeias é quase impossível atrair ao estudo, numa saleta tenebrosa e abafada, crianças inquietas que vêm do vasto ar, da luz alegre dos prados e dos montes. A escola não deve ter a melancolia da cadeia. Pestallozi, Froebel, os grandes educadores, ensinavam em pátios, ao ar livre, entre árvores. Froebel fazia alterar o estudo do ABC e o trabalho manual; a criança soletrava e cavava. A educação deve ser dada com higiene. A escola entre nós é uma grilheta do abecedário, escura e suja: as crianças, enfastiadas, repetem a lição, sem vontade, sem inteligência, sem estímulo: o professor domina pela palmatória, e põe todo o tédio da sua vida na rotina do seu ensino. (13, p. 113)»
Que resiste, desta apreciação de Eça, aos mais de 100 anos que já passaram desde que, originalmente, o escritor assim escreveu em As Farpas?... Se calhar, bem mais do que seria de desejar… Vejamos:
- vivemos um tempo em que se volta a invocar com grande intensidade os nomes e os exemplos de Pestallozi e Froebel - sinais dos seus extraordinários exemplos de sensibilidade humana e cuidado pedagógico
- as crianças e os jovens, em todo o Mundo tal se constata, estão, maioritariamente, nas escolas, nas salas de aula, "enfastiadas", "sem vontade", e "sem inteligência"
- as grilhetas mantêm-se firmes, reguladas por complexos e muito limitadores normativos legais; limitadores para todos: os alunos, os professor e os pais
- o professor continua a dominar, sem a força da palmatória, mas com procedimentos autoritários e disciplinares , às vezes bem mais perversos que as palmatórias
- o tédio e a rotina grassam… quem não concorda?...
- vivemos um tempo em que se volta a invocar com grande intensidade os nomes e os exemplos de Pestallozi e Froebel - sinais dos seus extraordinários exemplos de sensibilidade humana e cuidado pedagógico
- as crianças e os jovens, em todo o Mundo tal se constata, estão, maioritariamente, nas escolas, nas salas de aula, "enfastiadas", "sem vontade", e "sem inteligência"
- as grilhetas mantêm-se firmes, reguladas por complexos e muito limitadores normativos legais; limitadores para todos: os alunos, os professor e os pais
- o professor continua a dominar, sem a força da palmatória, mas com procedimentos autoritários e disciplinares , às vezes bem mais perversos que as palmatórias
- o tédio e a rotina grassam… quem não concorda?...
Palavras-chave: escola, pedagogia, motivação, ambiente escolar
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13 – Queiroz, E. Uma
Campanha Alegre. Das Farpas. Vol. II. Lisboa, Companhia Nacional Editora,
1891. (http://purl.pt/23928/3/l-72582-v/l-72582-v_item3/index.html#/10)
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